O governo Lula assina decreto que autoriza Brasil a comprar energia da Venezuela

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta sexta-feira (4) um decreto que autoriza o Brasil a voltar a importar energia elétrica da Venezuela. A medida visa reduzir os custos e as emissões de gases de efeito estufa na geração de energia para Roraima, único estado brasileiro que ainda não é conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

A importação de energia da usina de Guri, na Venezuela, já era feita pelo estado de Roraima até 2020, quando foi interrompida pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), que optou por comprar energia de usinas a gás e a óleo. Essa decisão aumentou os gastos com combustíveis e a poluição do ar na região.

O decreto assinado por Lula permite que o Brasil estabeleça políticas nacionais para a integração eletroenergética com outros países, especialmente os vizinhos da América do Sul. A compra de energia elétrica precisa ser aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), após manifestação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e deliberação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) quanto ao preço e à quantidade a ser importada.

A retomada da importação de energia da Venezuela foi uma promessa de Lula feita durante a visita de Nicolás Maduro ao Brasil, em junho deste ano. Na ocasião, o presidente brasileiro garantiu ao líder venezuelano que iria retomar a relação comercial com o país, rompida por Bolsonaro.

Além do decreto, Lula também assinou uma ordem de serviço para o início das obras do Linhão do Tucuruí, uma linha de transmissão que vai ligar Manaus a Boa Vista e conectar Roraima ao SIN. A obra enfrentava resistência do povo indígena Waimiri-Atroari, que vive na área por onde passará o linhão. O povo Waimiri-Atroari quase foi dizimado durante a construção da BR-174, na década de 1960, e temia novos impactos ambientais e sociais com o linhão.

Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a obra vai beneficiar cerca de 600 mil pessoas em Roraima, que sofrem com apagões frequentes e dependem de termelétricas poluentes. A previsão é que o linhão esteja concluído em 2025.

Fonte G1 - MSN 

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