O Brasil perde 2,8 milhões de trabalhadores sem carteira assinada

 

Os brasileiros no regime CLT ou de serviço doméstico formal encolheu para menos de 40% dos trabalhadores do setor privado. A quantidade de trabalhadores autônomos ou sem documentação aumentou em 6,3 milhões.

A contratação com um contrato assinado tem perdido seu papel de destaque e espaço no mercado de trabalho brasileiro. Esta modalidade de emprego no total da mão-de-obra do setor privado era de 38,1% no primeiro trimestre de 2022 e continua longe do pico de 43% alcançado em 2014. De acordo com uma pesquisa da LCA Consultores, com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE, entre 2014 e 2022, o número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada irá diminuir em 2,8 milhões, ao passo que o número de trabalhadores independentes ou sem carteira de trabalho irá crescer em 6,3 milhões em oito anos.

O atual contingente de trabalhadores assinados no 1º trimestre de 2022 somou 36,3 milhões, contra 39,1 milhões no 1º trimestre de 2014, em números absolutos.

No cálculo é considerado a soma dos trabalhadores do setor privado sob o regime CLT e dos trabalhadores domésticos com contrato assinado, não considerando os trabalhadores do setor público, que emprega 11,2 milhões, o que equivale a uma proporção de 11,8% dos empregados. Até mesmo com o aumento do número de brasileiros com empregos formalizados nos próximos meses, a proporção de pessoas com contrato assinado permanece abaixo do nível pré-pandêmico (38,7%).

Entre 2014 e 2022, a maioria da população com algum tipo de profissão no país aumentou 4,1% (mais 3,8 milhões de pessoas). Ou seja, a formação de renda e a ampliação do mercado de trabalho têm se pautado pela informalidade e pela chamada Necessidade Empreendedora.

A participação cada vez menor dos brasileiros com um contrato de trabalho formalizado não reflete apenas a sequência das crises econômicas dos últimos anos, como também as mudanças tecnológicas e estrutural no mercado de trabalho, bem como a busca por empregos mais flexíveis.

Maria Cristina dos Santos, 49 anos, resolveu deixar seu emprego formal após mais de 10 anos de trabalho como empregada doméstica, faxineira e cobradora, dentre outras profissões. A partir do final do ano passado, ela passou a trabalhar como diarista, recebendo R$ 170 por dia de serviço.

" Trabalhei em uma casa de família e dormia no trabalho. Houve dias em que eu iniciava às sete e me esticava até as nove horas da noite. Como diarista, faço meu próprio horário e ganho muito mais, diz ela.

Ricardo de Moura Pereira 

Fonte de pesquisa G1

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