#Política - News Nacional - Ricardo de Moura Pereira
O Fantástico, emiti sua edição do último domingo (31), revisitou a trajetória do presidente húngaro, cujas ações corroeram a democracia e o tornaram uma inspiração para a família Bolsonaro. Para compreender como a Hungria se transformou em um porto seguro para alguém como Jair Bolsonaro, precisamos voltar 35 anos no tempo.
Em 12 de fevereiro, durante o feriado de carnaval, câmeras de segurança registraram o ex-presidente Jair Bolsonaro chegando à embaixada da Hungria em Brasília. Essas imagens, reveladas recentemente pelo jornal The New York Times, mostram que Bolsonaro permaneceu na embaixada por 43 horas. Esse episódio desencadeou uma investigação da Polícia Federal sobre os motivos de sua visita.
Conforme os advogados de Bolsonaro, sua estadia na embaixada tinha o objetivo de “manter contatos com autoridades do país amigo”. No entanto, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, solicitou um parecer da Procuradoria Geral da República sobre as explicações fornecidas pela defesa do ex-presidente.
O coordenador do Observatório da Extrema Direita, Guilherme Casarões, destaca o motivo por trás da amizade entre Bolsonaro e o governo húngaro. A Hungria é um país com um regime autoritário e ultraconservador no poder. Segundo Casarões, a Hungria é aquele que mais se alinha com a ideologia de Bolsonaro e sua percepção sobre a política. O primeiro-ministro húngaro manifestou apoio a Bolsonaro no dia em que seu passaporte foi apreendido, após atos golpistas ocorridos em janeiro de 2023.
A Hungria atual rejeita a influência do Ocidente, não apoia a autonomia das universidades, juízes independentes, imprensa livre e minorias sexuais. Ela é elogiada pelo deputado Eduardo Bolsonaro, e sua postura se alinha com o discurso de perseguição política promovido por Bolsonaro no Brasil. A transformação da Hungria, de um país comunista para um exemplo para a extrema-direita, é um fenômeno que merece análise e reflexão.
Em um mundo em constante mudança, essas conexões políticas e ideológicas entre líderes de diferentes nações continuam a moldar o cenário global e a influenciar as políticas internas e externas. A proximidade entre Bolsonaro e a Hungria é um exemplo disso, e sua complexidade merece atenção e debate.
Fonte de Pesquisa O Globo