Não tem água, não tem pão', diz palestina querendo voltar ao Brasil

 

Noura Bader, o marido e três filhos moram em São Paulo e se mudaram para Gaza no início de 2023. Ela é famosa por ter seu rosto pintado em um mural em frente ao Museu da Imigração pelo artista Kobra.

 Noura Bader,  37 anos, palestina que mora com a família em São Paulo, disse neste sábado (21) que ainda enfrenta dificuldades para conseguir água para beber, higiene pessoal e alimentação no sul  de Gaza.   O rosto de Nura é famoso por ser pintado pelo artista Kobra em um mural em frente ao Museu do Imigrante Oriental de SP. Ela está atualmente na cidade fronteiriça egípcia de Rafah com o marido e  três filhos.

Noura viveu como refugiado na capital São Paulo até o início deste ano. Ela, o marido e os dois filhos mais velhos nasceram na Palestina. O mais novo, Mohamed Monir Bader, 4, é brasileiro.Em janeiro deste ano, a família decidiu mudar-se para o Egito. Mas em Fevereiro, Noura mudou-se para Gaza, onde o seu marido trabalhou como motorista até ao início da guerra. Ele não sabia onde iria morar agora.   "Bem, só queremos ficar em Gaza. Podemos ir para o Egito ou podemos voltar para o Brasil.

Depois do  Hamas ter atacado Israel em 7 de Outubro, Israel impôs um bloqueio total aos territórios palestinianos, cortando o fluxo de água, alimentos, combustível e electricidade.   O Programa Alimentar Mundial da ONU (PAM) anunciou no dia 12 que alimentos e água potável estão acabando na Faixa de Gaza. Como resultado, a Agência Alimentar de Emergência da ONU apelou à criação de um corredor humanitário para levar alimentos para Gaza.

“Estamos a viver uma situação terrível em Gaza, onde os alimentos e a água são limitados e estão a esgotar-se rapidamente”, disse Brian Landers, vice-diretor de emergência do PMA, à Reuters.   Segundo as Nações Unidas, 340 mil dos mais de 2 milhões de pessoas que vivem na região foram forçadas a abandonar as suas casas desde o início dos ataques. Tal como noticiou a BBC, o Fundo  das Nações Unidas para a População (UNFPA) manifestou preocupação com as quase 50 mil mulheres grávidas que vivem em Gaza e que não têm acesso a serviços essenciais de saúde ou a água potável. Destas, 5.500 estão programadas para dar à luz no próximo mês.

Segundo a Autoridade Palestina, neste sábado (21) foi permitida a entrada de suprimentos de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.   Cerca de 100 caminhões carregados de suprimentos aguardam na passagem de Rafah, na fronteira egípcia. Porém, apenas 20 veículos passaram pelo corredor de socorro e entraram na área.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem