A polarização global resultou em várias guerras de menor e média escala em várias regiões do mundo ao longo da segunda metade do século XX. Os Estados Unidos e a União Soviética estavam frequentemente envolvidos indiretamente nessas batalhas através de finanças, armamento e treinamento militar.
Entretanto, nunca houve um confronto direto entre os americanos e os soviéticos, devido ao risco de aniquilação planetária em grande escala no caso de uma luta. Apesar da alta retórica e da rigorosa atividade estratégica para proteger sua zona de influência, os Estados Unidos e a União Soviética foram extremamente cuidadosos e evitaram uma luta.
A Guerra Fria começou logo após a Segunda Guerra Mundial, e os historiadores discordam sobre quando e como começou esta batalha político-ideológica. Entretanto, é amplamente consenso que o discurso proferido pelo presidente americano Harry Truman em 1947 foi o ponto de inflexão na Guerra Fria.
Este discurso de Truman foi feito em frente ao Congresso americano, e foi nesta época que o presidente americano pediu dinheiro para que os EUA pudessem combater a propagação do comunismo na Europa. Truman acreditava que era responsabilidade dos Estados Unidos liderar a luta contra a propagação do comunismo em toda a Europa.
A Doutrina Truman, que consistiu em uma série de medidas implementadas pelos Estados Unidos para restringir a propagação do comunismo, começou com este discurso. O Plano Marshall, um plano para a recuperação econômica da Europa no qual os Estados Unidos doaram enormes quantidades de dinheiro às nações interessadas, foi a primeira ação feita sob esta ideologia.
A narrativa alarmista que projetava a URSS como uma entidade expansionista que visava conquistar todo o continente europeu sob o guarda-chuva do comunismo, justificou a atividade da URSS na Europa através da Doutrina Truman completa e sozinha. Os americanos reconheceram que os infortúnios econômicos do pós-guerra europeu forneceram o terreno ideal para a difusão da ideologia comunista.
Entretanto, historiadores como Eric Hobsbawm e Isaac Deutscher afirmam que a União Soviética não era uma potência expansionista que não tinha desejo de operar além de sua esfera de influência (Europa Oriental). Estes historiadores argumentam que a União Soviética não tinha interesse em patrocinar ou apoiar organizações comunistas violentas em outras regiões do mundo, e que a postura soviética do pós-guerra era abertamente defensiva devido aos danos do país como resultado da Segunda Guerra Mundial.
O desejo de Truman de manter as altas taxas de crescimento econômico do país explica a motivação do movimento americano para se estabelecer como uma potência hegemônica na Europa e no mundo. Como resultado, o discurso maniqueísta usado pelos americanos começou a ser usado também pelos soviéticos, e as relações internacionais das duas nações tornaram-se tensas.
Guerra no Afeganistão - Quando a União Soviética invadiu o Afeganistão em 1979, a Guerra do Afeganistão começou. A invasão durou 10 anos e foi incrivelmente traumática tanto para os soviéticos quanto para a nação, resultando em milhares de vítimas e um prejuízo financeiro significativo. Esta luta ocorreu durante a Guerra Fria, e os rivais soviéticos foram em sua maioria financiados pelos Estados Unidos.
O Afeganistão manteve uma estreita relação com os regimes soviéticos durante o século XX. O governo soviético ofereceu ajuda humanitária, econômica e militar ao governo afegão, além de ser responsável por uma série de projetos de infraestrutura no Afeganistão, particularmente durante a década de 1950.
A turbulência política que o Afeganistão viveu nos anos 70 atirou uma chave inglesa em seu relacionamento. Primeiro, um golpe derrubou a monarquia afegã e instalou Mohammed Daoud Khan como o novo governante. Esta administração, por outro lado, não se sentiu bem com os soviéticos por causa de seus laços com nações como a Iugoslávia e o Irã.
O governo de Daoud Khan enfrentou forte resistência do Partido Democrata Popular Afegão, um partido comunista (PDPA). O estreitamento dos laços entre os dois lados levou o PDPA a encenar um golpe de Estado em abril de 1978, depondo Daoud Khan e instalando Nur Muhammad Taraki como novo presidente do país.
A Guerra do Vietnã A Guerra do Vietnã foi uma luta armada que durou de 1959 a 1976, durante a qual o Vietnã do Norte e do Sul uniram forças para lutar pela unidade do país. A França controlava a região vietnamita até a conclusão da Segunda Guerra Mundial, tendo-a ocupado a partir de meados do século XIX.
Como a porção norte da nação foi influenciada pelo comunismo e a parte sul pelo capitalismo, esta batalha se tornou uma metáfora da Guerra Fria. Os EUA despacharam soldados para o Vietnã, mas eles foram derrotados por insurgentes do norte do Vietnã. Em 1976, o país asiático estava unido.
O processo de descolonização na Ásia e na África começou em 1945, quando colônias européias nesses continentes buscaram a independência por meios pacíficos, como acordos com países europeus, ou por meios armados, como grupos regionais que se armavam para expulsar invasores estrangeiros de seus países e declarar a independência.
O papel dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã foi logístico e de entrega de armas aos soldados no Vietnã do Sul até 1963, quando o presidente John F. Kennedy foi assassinado. Com a eleição de Lyndon B. Johnson, a atitude dos Estados Unidos em relação ao Vietnã mudou.
Ricardo de Moura Pereira
Fonte de pesquisa educacional - mundoeducacao