Trump Não Resistiu à Pressão de Aliados e Empresários, Diz Haddad
Em entrevista, ministro da Fazenda brasileiro comenta recuo de Trump em medidas protecionistas e destaca impactos na relação comercial com os EUA.
TRUMPPOLÍTICAIMPACTO ECONÔMICOECONOMIA DOS ESTADOS UNIDOS
Ricardo de Moura Pereira
4/15/20252 min read


São Paulo, 15-04-2025 – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta [14-04-2025] que o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump "não resistiu à pressão" de aliados políticos e dos próprios empresários norte-americanos antes de recuar em algumas de suas políticas econômicas mais controversas. A declaração foi dada durante um evento sobre comércio exterior e reflete a percepção do governo brasileiro sobre as recentes mudanças na postura do líder republicano.
O Contexto
Nos últimos meses, Trump, que busca a reeleição em 2024, vinha defendendo medidas protecionistas, como aumento de tarifas para produtos estrangeiros e restrições a investimentos globais. No entanto, após resistência de setores empresariais e até mesmo de políticos de seu próprio partido, o ex-presidente moderou seu discurso em alguns pontos, especialmente em relação a acordos comerciais.
Haddad destacou que a pressão da comunidade empresarial foi decisiva. "Quando os grandes grupos econômicos dos EUA perceberam que essas políticas poderiam prejudicar seus lucros e a competitividade da economia americana, Trump foi obrigado a ceder", afirmou.
Impacto nas Relações EUA-Brasil
O ministro sugeriu que essa flexibilização pode abrir portas para negociações mais favoráveis entre Brasil e Estados Unidos, principalmente em setores como agricultura, indústria e tecnologia. "O protecionismo extremo não beneficia ninguém a longo prazo. O recuo de Trump mostra que até os governos mais nacionalistas precisam ouvir o mercado", completou.
Analistas apontam que, mesmo com a mudança de tom, a política comercial de Trump ainda é imprevisível. Se ele for reeleito, o Brasil e outros países emergentes podem enfrentar tanto oportunidades quanto novos desafios nas relações bilaterais.
Reações
Enquanto Haddad vê o episódio como um sinal de pragmatismo, assessores de Trump rebatem, afirmando que o ex-presidente "sempre priorizou os interesses dos EUA" e que qualquer ajuste em sua agenda foi uma "otimização estratégica", não uma capitulação.
O debate ocorre em um momento sensível para a economia global, com tensões comerciais entre EUA, China e Europa influenciando mercados em todo o mundo. O Brasil, que busca ampliar suas exportações, acompanha de perto esses movimentos.
O Que Esperar?
Se a tendência de abertura se confirmar, o governo brasileiro pode intensificar esforços para fechar novos acordos com os EUA. No entanto, tudo dependerá do resultado das eleições norte-americanas em novembro e da postura que Trump ou seu adversário, Joe Biden, adotarem a partir de 2025.
Por enquanto, a avaliação de Haddad serve como um termômetro de como o Brasil enxerga as oscilações na política econômica americana – e como pretende se posicionar diante delas.
Fonte : Por Carta Capital