"Ondas de Indignação: Americanos Protestam Contra Aproximação Trump-Musk"

"Nas Ruas Contra o Poder: A Resistência à Dupla Trump-Musk"

TRUMPPOLÍTICARETALIAÇÕES COMERCIAIS

Ricardo de Moura Pereira

4/6/20254 min read

Nas últimas semanas, uma série de protestos tem ocorrido em várias cidades americanas contra o presidente Donald Trump e o empresário Elon Musk. Os manifestantes expressam preocupações sobre políticas recentes e a crescente influência de Musk na administração Trump.

Em Washington DC, milhares de pessoas se reuniram próximo à Casa Branca portando cartazes com frases como "Defendam a democracia" e "Separem governo e corporações". Os protestos se espalharam para outras grandes cidades como Nova York, São Francisco e Chicago.

Um dos principais pontos de contestação é a nomeação de Elon Musk para liderar o recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), anunciado por Trump logo após sua posse em janeiro. Críticos argumentam que esta posição dá ao CEO da Tesla e SpaceX influência desproporcional sobre políticas públicas, representando potencial conflito de interesses.

Organizadores dos protestos citam preocupações específicas com as recentes ordens executivas que desregulamentaram setores de tecnologia e energia, beneficiando diretamente empresas de Musk. Grupos ambientalistas também protestam contra o enfraquecimento de políticas climáticas estabelecidas pela administração anterior.

Apoiadores de Trump e Musk, por outro lado, defendem que a parceria visa modernizar o governo federal e reduzir burocracia, argumentando que o conhecimento empresarial de Musk é valioso para tornar as operações governamentais mais eficientes. As autoridades têm monitorado os protestos, que até o momento permaneceram majoritariamente pacíficos, com ocorrências isoladas de confrontos entre manifestantes e contra-manifestantes em algumas cidades.

No último sábado (6), milhares de pessoas participaram de protestos contra Donald Trump e Elon Musk em todos os 50 estados dos EUA e em diversas cidades ao redor do mundo. Os atos, organizados por um movimento pró-democracia, foram uma resposta ao que os manifestantes chamam de "tomada de poder bilionária" e aos ataques a direitos e liberdades fundamentais.

Sob o lema "Hands Off!" ("Tirem as Mãos!"), mais de 1.400 protestos ocorreram em frente a capitólios estaduais, prédios federais, sedes de programas sociais e prefeituras. O objetivo, segundo os organizadores, era ocupar todos os espaços possíveis para "garantir que nos ouçam". Os manifestantes exigem o fim do que consideram uma "aquisição corrupta do governo" e defendem a proteção de programas sociais, como Previdência e Medicaid, além de combater políticas anti-imigração e ataques a comunidades LGBTQ+.

De acordo com a organização Indivisible, quase 600 mil pessoas se inscreveram para participar dos eventos, que também se espalharam por cidades como Londres e Paris. A mobilização contou com o apoio de uma ampla coalizão, incluindo sindicatos, grupos de direitos civis, veteranos e organizações feministas.

Discurso e Resistência em Washington

Em Washington, D.C., manifestantes se reuniram no Monumento a Washington, onde políticos e ativistas discursaram contra as políticas da administração Trump. O deputado democrata Jamie Raskin, de Maryland, criticou o que chamou de "projeto autoritário" do ex-presidente, afirmando:

"Nossos fundadores escreveram uma Constituição que não começa com ‘Nós, os ditadores’, mas sim ‘Nós, o povo’. Nenhuma pessoa moral quer um líder que destrói a economia e só enxerga preços, não valores."

A deputada Ilhan Omar, de Minnesota, destacou a necessidade de resistência:
"Se queremos um país que ainda acredita no devido processo legal, na justiça social e no futuro das próximas gerações, temos que lutar por isso."

Já o deputado Maxwell Frost, da Flórida, alertou sobre a "ascensão do autoritarismo" e incentivou a mobilização popular:
"Os autoritários sempre testam os limites. Eles quebram regras e observam se o povo fica em silêncio. Precisamos ser mais barulhentos do que nunca."

Cortes em Programas Sociais e Ataques a Minorias

Desde que assumiu o governo, Trump tem defendido cortes drásticos em programas sociais e serviços públicos, resultando em demissões em massa de funcionários federais. Elon Musk, como chefe do Departamento de Eficiência Governamental, tem sido um dos principais articuladores dessas medidas, promovendo reduções orçamentárias que afetam milhões de trabalhadores.

Além disso, a administração tem intensificado políticas anti-imigração, incluindo deportações em massa e perseguição a ativistas. O caso de Mahmoud Khalil, um refugiado palestino que teve seu visto revogado após protestar na Universidade de Columbia, levantou preocupações sobre a censura ao direito de manifestação.

Tensões Durante os Protestos

Apesar da maioria dos atos ter sido pacífica, um incidente em Lafayette, Indiana, chamou atenção quando um homem retirou uma arma de seu carro após confrontos com manifestantes. A polícia interveio, mas o suspeito foi liberado após investigação.

Sindicatos Entram na Luta

Líderes sindicais também se manifestaram, denunciando os cortes de direitos trabalhistas. Randy Erwin, da Federação Nacional de Funcionários Federais, afirmou:
"O governo Trump está destruindo serviços públicos em nome de uma suposta ‘eficiência’. É uma piada cruel. Eles estão fazendo exatamente o oposto."

Vários sindicatos ingressaram com ações judiciais para impedir a revogação de direitos de negociação coletiva.

Um Chamado à Resistência

Os protestos do "Hands Off!" marcaram um momento de união entre diferentes movimentos sociais contra o que consideram uma ameaça à democracia. Como afirmaram os organizadores:
"Nossas comunidades estão pagando o preço, enquanto bilionários como Trump e Musk lucram. Não se trata só de dinheiro, mas de poder. E nós não vamos recuar."

A mobilização global sinaliza que a resistência às políticas da administração Trump e seus aliados deve continuar a crescer nos próximos meses.