Lula Estuda Retaliação Contra Tarifas dos EUA: Uma Resposta Estratégica na Política Comercial Internacional
Abordando a Disputa Tarifária: Lula e a Estratégia Brasileira para Navegar nas Águas da Política Comercial Global
Ricardo de Moura Pereira
3/12/20252 min read


O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está considerando retaliar os Estados Unidos na questão das tarifas. No voo de retorno de Belo Horizonte (MG) para Brasília (DF) nesta terça-feira (11.mar.2025), o petista, ministros e parlamentares debateram a decisão do governo dos Estados Unidos. Contudo, o líder do Executivo não indicou como o Brasil poderia responder ao governo de Donald Trump (Partido Republicano). Afirmou que solicitaria a opinião de especialistas sobre as possíveis intervenções...
A partir de quarta-feira (12.mar), os Estados Unidos aplicarão tarifas de 25% nas importações de aço e alumínio do Brasil. De acordo com Kush Desai, vice-secretário de imprensa da Casa Branca, "todos os parceiros comerciais" do país serão impactados pelas taxas. Essa ação não afetará diretamente o Brasil, porém, a longo prazo, os consumidores americanos podem deixar de comprar aço ou alumínio brasileiro devido ao elevado custo dos impostos.
Nos últimos meses, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem intensificado esforços para enfrentar as tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, especialmente no setor de aço e alumínio.
Essa medida protecionista, que remonta à administração Trump e ainda persiste sob o governo Biden, continua gerando tensões diplomáticas e impactos econômicos para o Brasil. Agora, o Palácio do Planalto estuda formas de retaliação comercial contra os EUA, buscando reequilibrar as relações bilaterais e defender os interesses nacionais.
Desde 2018, os EUA mantêm tarifas de 25% sobre importações de aço e 10% sobre alumínio de diversos países, incluindo o Brasil. Embora o governo americano argumente que essas medidas visam proteger sua indústria e segurança nacional, elas têm sido criticadas por prejudicar parceiros comerciais tradicionais. Para o Brasil, um dos maiores exportadores de aço para os EUA, as tarifas representaram uma queda significativa nas vendas e perdas financeiras para empresas e trabalhadores do setor.
Apesar de algumas negociações pontuais, como cotas limitadas para exportações brasileiras sem tarifas, muitos no governo Lula avaliam que essas soluções são insuficientes e não resolvem o problema estrutural. Além disso, a ausência de uma abordagem mais ampla e equitativa tem alimentado frustrações em Brasília.
A principal intenção do governo Lula ao estudar essas medidas é pressionar os EUA a reverem suas políticas comerciais e eliminarem as tarifas sobre produtos brasileiros. Além disso, a retaliação busca enviar um recado claro: o Brasil não aceitará ser tratado de forma desigual em comparação com outros parceiros comerciais dos EUA, como Canadá e México, que já negociaram isenções ou acordos preferenciais.
Outro objetivo estratégico é fortalecer a posição do Brasil no cenário global. Ao adotar uma postura firme contra as tarifas americanas, o país pode se posicionar como um líder entre nações emergentes que enfrentam práticas comerciais desiguais. Isso também reforça a narrativa de Lula de promover uma ordem internacional mais justa e equilibrada.