Funeral do papa Francisco ecoa pregação do pontífice
Caixão do papa Francisco foi posicionado na Praça de São Pedro, no Vaticano
MORRE O PAPAPAPA FRANCISCOIGREJAIGREJA CATÓLICA
Ricardo de Moura Pereira
4/26/20253 min read


Neste sábado (26/4), o funeral do papa Francisco reuniu milhares de fiéis católicos, integrantes do clero e líderes políticos de todo o mundo. A celebração enfatizou o empenho do primeiro papa da América Latina em favor dos mais necessitados e da paz global.
"As expressões de carinho que vimos nos dias recentes após a partida do papa Francisco para a eternidade revelam o impacto que o pontificado do papa Francisco teve em mentes e corações", declarou o cardeal italiano Giovanni Battista Re, que proferiu a homilia.
Segundo analistas, a cerimônia teve um tom político ao mencionar os imigrantes e pedir que líderes mundiais "construam pontes, não muros". O evento também ficou marcado por encontro entre líderes globais, entre eles o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — incluindo uma reunião informal entre Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, e Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, dentro da Basília de São Pedro.
Francisco fez uma série de modificações no funeral para que o evento se assemelhasse mais ao "enterro de um bispo diocesano do que de um imperador romano". Antes de morrer, o pontífice pediu para ser enterrado na Basílica de Santa Maria Maior. Com isso, ele se tornou o primeiro papa desde Leão 12, que morreu em 1903, a ser sepultado fora do Vaticano.
Como foi a cerimônia
O caixão do papa Francisco foi removido da Basílica de São Pedro por volta das 9h da manhã, horário de Roma (4h em Brasília). Os restos mortais do papa permaneceram no local por quatro dias, tempo em que milhares de devotos puderam prestar suas últimas homenagens. O cortejo contou com a presença de cardeais, bispos e outros membros do clero, terminando com a colocação do caixão na Praça de São Pedro.
Estima-se que mais de 200 mil pessoas se reuniram na praça e nas ruas adjacentes para assistir ao evento. O cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício, conduziu o funeral. A Diocese de Brescia ordenou o italiano de 91 anos em 1957. No ano de 2001, o papa João Paulo 2o o elevou à categoria de cardeal.
Em 2020, Battista Re foi nomeado decano do Colégio Cardinalício, e o papa Francisco renovou o mandato dele em fevereiro deste ano. Ele esteve presente no conclave realizado em abril de 2005, que culminou na eleição do papa Bento 16, e no conclave realizado em março de 2013, que culminou na escolha do papa Francisco.
O cardeal Giovanni Battista Re prestou uma homenagem à "liderança pastoral" do Papa Francisco, que, de acordo com ele, foi preservada "através de sua personalidade firme". "Ele estabeleceu uma conexão direta com as pessoas e os povos, ansioso por estar perto de todos, dedicando especial atenção aos que estavam em apuros, especialmente aos marginalizados, os últimos entre nós", afirmou o cardeal. Ele atuou como um papa no meio do povo, com o coração receptivo a todos. Também foi um papa atento às indicações dos tempos.
Os Líderes mundiais em peso
Várias autoridades marcaram presença na cerimônia realizada na Praça de São Pedro. O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente da Argentina, Javier Milei, o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estão presentes. Emmanuel Macron, da França, Olaf Scholz, da Alemanha, e Giorgia Meloni, da Itália, também participam do evento. Também esteve presente o príncipe William na cerimônia de despedida ao papa Francisco.
De acordo com os correspondentes da BBC presentes no local, a multidão explodiu em aplausos espontâneos quando Zelensky descia as escadas da Basílica de São Pedro para se posicionar para a cerimônia. Zelensky ainda teve uma reunião improvisada com Trump antes da cerimônia, dentro da basílica.
De acordo com a Casa Branca, ambos os líderes tiveram uma "conversa extremamente produtiva". Este é o primeiro encontro entre os dois líderes desde o conturbado encontro no Salão Oval, no final de fevereiro, quando Zelensky foi acusado de não demonstrar gratidão pela assistência americana à Ucrânia. Na semana passada, Trump afirmou que Zelensky "não possuía cartas na manga" para um acordo de paz com a Rússia.
Fonte - BBC News