Dilma Rousseff é Reeleita para Comandar o Novo Banco

A ex-presidente brasileira seguirá à frente da instituição, consolidando sua gestão e fortalecendo os laços entre os países-membros

Ricardo de Moura Pereira

3/24/20252 min read

A ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, foi reeleita neste domingo (23) como chefe do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como Banco dos Brics. O mandato, iniciado em março de 2023 e originalmente previsto para terminar em julho deste ano, foi estendido por mais cinco anos após aprovação unânime do conselho do banco. O anúncio foi feito por Rousseff durante um evento realizado em Pequim, capital chinesa, a mais de mil quilômetros da sede do NBD, localizada em Xangai.

“Fui reeleita. Eles indicaram e o board [conselho, em inglês] aprovou por unanimidade”, declarou Dilma durante o evento. A ex-presidente destacou os avanços alcançados sob sua liderança no comando da instituição. “Quando eu assumi, este banco não tomava empréstimos havia 16 meses. Agora estamos bem. Quando você não tem liquidez, você não investe. Ou seja, também não fazia empréstimos”, afirmou, ressaltando a importância de garantir recursos para financiar projetos estratégicos nos países-membros.

O Papel do Novo Banco de Desenvolvimento

O NBD foi oficialmente criado em 2015 pelos países fundadores do Brics — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — com o objetivo de financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável. A presidência e as vice-presidências do banco são rotativas entre os membros fundadores, mas a escolha do presidente precisa ser validada pelo conselho. No caso de Dilma, sua indicação veio da Rússia, que elogiou publicamente sua atuação no ano passado. Durante um evento em São Petersburgo, o presidente russo, Vladimir Putin, destacou os resultados positivos alcançados sob a gestão da brasileira.

A reeleição de Dilma é vista como um gesto estratégico tanto para o governo brasileiro quanto para a Rússia. Para o Brasil, a permanência de uma figura política nacional à frente do banco reforça o protagonismo do país dentro do bloco dos Brics. Já para a Rússia, a decisão adia a necessidade de assumir o comando da instituição em um momento delicado, marcado pela guerra contra a Ucrânia e pelas sanções econômicas impostas pelo Ocidente.

Avanços sob a Gestão de Dilma

Desde que assumiu o cargo, Dilma enfrentou desafios significativos, incluindo a crise de liquidez que paralisou temporariamente as operações do banco. Sob sua liderança, o NBD conseguiu superar esses obstáculos, retomando o fluxo de empréstimos e ampliando o portfólio de projetos financiados. Atualmente, o banco apoia iniciativas voltadas para infraestrutura, energia renovável e desenvolvimento urbano, áreas prioritárias para os países emergentes que compõem o Brics.

A continuidade de Dilma à frente da instituição é vista como um sinal de estabilidade e confiança por parte dos membros. Além disso, sua experiência em economia e política internacional permite que ela navegue pelas complexidades diplomáticas e financeiras que envolvem o bloco.

Perspectivas Futuras

Com a reeleição, Dilma terá a oportunidade de consolidar ainda mais seu legado no NBD, promovendo maior integração entre os países-membros e ampliando o impacto das iniciativas apoiadas pelo banco. Em um cenário global marcado por tensões geopolíticas e transformações econômicas, o papel do NBD se torna ainda mais relevante, especialmente para os países em desenvolvimento que buscam alternativas ao sistema financeiro tradicional liderado pelo Ocidente.

Para o Brasil, a permanência de Dilma no comando do banco é uma vitória diplomática, reforçando a influência do país no cenário internacional. Já para o Brics, a decisão demonstra a capacidade do bloco de manter sua coesão e buscar soluções conjuntas para os desafios globais.