Deputada Duda Salabert pede prisão de Bolsonaro ao MPF após ato em Copacabana com teor conspiratório
Polêmica surge após manifestação que levantou debates sobre supostos atos antidemocráticos e incitação à desordem.
Ricardo de Moura Pereira
3/17/20252 min read


A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) acionou o Ministério Público Federal (MPF) nesta segunda-feira (17) para solicitar a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O pedido foi motivado pelas declarações feitas por Bolsonaro durante um ato na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, no domingo (16), que contou com baixa adesão e foi marcado por discursos que levantaram preocupações sobre supostas incitações à desordem e teorias conspiratórias.
O evento, organizado por apoiadores do ex-presidente, tinha como objetivo criticar o governo atual e questionar a legitimidade das eleições de 2022, tema recorrente em discursos bolsonaristas. Durante o ato, Bolsonaro fez menções a supostas fraudes eleitorais e defendeu a intervenção militar, o que gerou reações imediatas de políticos e entidades defensoras da democracia.
Em sua representação ao MPF, Duda Salabert argumentou que as falas de Bolsonaro configuram crimes de incitação ao golpe e atentado contra o Estado Democrático de Direito. A deputada destacou que, em um momento de polarização política, declarações como as do ex-presidente podem inflamar tensões e colocar em risco a estabilidade institucional do país.
"Bolsonaro continua a propagar mentiras e teorias conspiratórias que já foram amplamente desmentidas. Suas palavras não são apenas irresponsáveis, mas também criminosas, pois buscam minar a confiança nas instituições e incitar a desobediência civil", afirmou Salabert em nota.
O ato em Copacabana, que reuniu poucos milhares de pessoas, foi considerado um fracasso em comparação com manifestações anteriores organizadas por bolsonaristas. Analistas políticos apontam que a baixa adesão reflete um possível desgaste da base de apoio do ex-presidente, além do crescente distanciamento de parte da população em relação a discursos extremistas.
O MPF ainda não se pronunciou sobre o pedido de prisão, mas a representação deve reacender o debate sobre os limites da liberdade de expressão e a responsabilidade de figuras públicas em evitar a propagação de informações falsas e discursos de ódio. Enquanto isso, Bolsonaro segue sob investigação em diversos processos, incluindo aqueles relacionados ao ataque às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
O caso também reacendeu discussões sobre a necessidade de maior rigor no combate à desinformação e à polarização política no Brasil, temas que continuam a desafiar a democracia brasileira.