"Além da Imaginação: Explorando as 'Mudanças de Realidades' e o Poder da Mente para Viajar a Outros Mundos"
Um olhar profundo sobre o fenômeno viral que desafia os limites da percepção e da experiência humana
3/11/20253 min read


Reality shifting, para além de ser um fenômeno intrigante, está enraizado em uma tradição antiga de questionamento da estrutura da realidade. A noção de que a realidade que percebemos pode não ser o que realmente é tem fascinado filósofos ao longo dos séculos e agora intriga também neurocientistas e físicos.
"A citação 'Não vemos as coisas como elas são. Nós as vemos como nós somos', do livro A Sedução do Minotauro de Anaïs Nin, é particularmente significativa", destaca o neurocientista Professor Anil Seth, da Universidade de Sussex, no Reino Unido. Para Seth, nossa percepção da realidade é comparável a uma série de alucinações controladas, construídas pelo cérebro com base nas informações sensoriais que recebe.
"Esses sinais elétricos não têm cor nem forma; eles estão indiretamente ligados ao mundo exterior", explica ele. "O cérebro precisa combinar esses sinais sensoriais ambíguos com expectativas prévias e chegar a uma estimativa aproximada do que nos rodeia. Dessa forma, ativamente construímos os mundos que experimentamos." Ele ressalta que a evolução também influencia nossa percepção da realidade, moldando-a de acordo com o que é mais vantajoso para nossa sobrevivência.
"Espécies diversas, desde mosquitos até elefantes, terão percepções muito distintas do mesmo mundo. E para cada uma delas, a forma como experimentam a realidade é adaptada à sua sobrevivência." A noção de múltiplas realidades coexistindo simultaneamente e a capacidade de transcender entre elas é explorada por aqueles que praticam o "reality shifting".
Embora o multiverso seja um tema recorrente em sucessos cinematográficos, como Matrix e filmes da Marvel, a teoria em si, proposta inicialmente por Everett em 1957, carece de evidências concretas, apesar de suas raízes remontarem à Grécia Antiga. A mecânica quântica, um campo complexo da física, desafia nossas concepções tradicionais da realidade ao revelar o comportamento peculiar de partículas subatômicas, que existem em múltiplos estados simultaneamente até serem observadas.
Essas reflexões levantam questionamentos profundos sobre a natureza da realidade e sua relação com a consciência humana. Enquanto o reality shifting pode ser considerado uma tendência efêmera, ele continua a despertar interesse e curiosidade em relação aos limites da percepção e da experiência humana.
Os "buracos de minhoca" são denominados de forma curiosa, mas sua designação é altamente ilustrativa. Imagine uma minhoca dentro de uma maçã que deseja chegar rapidamente ao lado oposto de onde se encontra. Em vez de percorrer todo o trajeto pela superfície, ela opta por cavar um túnel o mais reto possível.
Assim como a maçã foi símbolo no Jardim do Éden e inspiração para Isaac Newton, ela nos conduz a um universo de novos conhecimentos a serem explorados. E neste caso, estamos apenas arranhando a superfície desse tema fascinante. Os buracos de minhoca surgiram como uma solução para um dilema que intrigava os cientistas. Após apresentar sua teoria da relatividade geral em 1915, Albert Einstein deparou-se com uma lacuna significativa em seu argumento.
"Ele concebeu uma nova visão do Universo, na qual postulou que quando as estrelas colapsam, elas dão origem aos buracos negros", explicou o físico Jim Al-Khalili à BBC. "Até então, acreditava-se, por vários anos, que os buracos negros eram meramente construções matemáticas e não entidades reais. Até mesmo Einstein compartilhava dessa visão. No entanto, algo o incomodava."
"No centro de um buraco negro está a singularidade, um ponto onde toda a matéria é comprimida a um volume zero e, portanto, densidade infinita. No entanto, Einstein, como um físico rigoroso, não podia aceitar a ideia de uma entidade com dimensões nulas. É semelhante a dividir por zero em uma calculadora e obter um erro."
"Assim, em colaboração com o físico americano-israelense Nathan Rosen, ele publicou um artigo propondo que, com ajustes matemáticos sutis, essa singularidade poderia se transformar em uma ponte conectando o centro do buraco negro a outro local, possivelmente a outro buraco negro ou até mesmo a um buraco branco", esclareceu Al-Khalili.
"Enquanto um buraco negro absorve tudo completamente - até mesmo a matéria e a luz que adentram não escapam - um buraco branco faz o oposto, rejeitando tudo. A hipótese é que tudo que entra em um buraco negro possa ser expelido pelo outro lado, que seria um buraco branco." Essa é a conceituação oficial dos buracos de minhoca, termo introduzido pelo físico americano John Wheeler em 1957.