Bolsonaro e Moro impede Lula de receber Nicolás Maduro na sua posse

 


O atual governo afirma no documento que a entrada de altos funcionários do regime venezuelano no Brasil é contra a constituição federal. Uma portaria interministerial assinada em 2019 pelos então ministros Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores) impedirá que o presidente venezuelano Nicolás Maduro entre no Brasil e compareça à cerimônia de posse do presidente eleito. Luiz Inácio Lula da Silva (PT), evento que contará com a presença de representantes de países como EUA, Argentina e Alemanha.

O governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) afirma no documento que a entrada de altos representantes do regime venezuelano no Brasil é contra a constituição federal. Para que Lula assuma Maduro em 1º de janeiro, o atual governo deve revogar o decreto conjunto – uma medida que os parceiros do PT dizem ser improvável.

Algumas das motivações para a elaboração do texto foram as declarações das reuniões do Grupo de Lima em 4 de janeiro de 2019 e 25 de fevereiro de 2019. A entidade reúne representantes diplomáticos de 14 países das Américas do Norte e do Sul com o objetivo de buscar uma solução para a crise política e econômica do país vizinho. Na América do Sul, a embaixada brasileira em Caracas e os consulados e vice-consulados espalhados pelo país vizinho foram fechados por uma estratégia política liderada pela ala mais radical do bolsonarismo.

A decisão, que Lula deve reverter, deixou centenas de brasileiros que vivem na Venezuela sem assistência diplomática. Em 2019, em declaração feita ao lado do político venezuelano Juan Guaidó, principal opositor do ditador venezuelano, Bolsonaro expressou seu compromisso com o regime de Maduro. "Não pouparemos gastos - é claro, dentro do marco da legalidade, de nossa constituição e de nossas tradições - para restaurar a democracia na Venezuela. E todos sabemos que isso será possível não apenas por meio de eleições, mas também por meio de eleições limpas e confiáveis." , disse o representante na época.

O governo brasileiro não reconhece Maduro como presidente da Venezuela porque considera fraudulenta a última eleição presidencial do país, realizada em 2018. O ditador da Venezuela condicionou nesta quarta-feira (30) eleições livres no país à retirada total das sanções de países como os Estados Unidos à sua economia. "Você quer eleições livres? Justas e transparentes? Queremos eleições sem sanções e medidas coercitivas unilaterais. Para levá-los todos, para levá-los todos, [para ter] novas e belas eleições", disse ele em um comunicado. encontro com correspondentes estrangeiros no Palácio Miraflores em Caracas.

A presidente de Honduras, Xiomara Castro, anunciou que virá ao Brasil para participar da cerimônia de posse do PT no dia 1º de janeiro. Em gesto de sinal de apoio internacional ao presidente eleito, o presidente alemão Frank-Walter Steinmeier também visitará o Brasil de 31 de dezembro de 2022 a 3 de janeiro de 2023. O presidente da Argentina, Alberto Fernández, também deve vir ao Brasil para a posse de Lula, disse o embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli.

Dos Estados Unidos, a equipe de transição espera receber a vice-presidente Kamala Harris ou o presidente Joe Biden. A Casa Branca ainda não definiu quem representará o país na posse do PT. Os nomes do Ministro das Relações Exteriores, Antony Blinken, ou do Alto Representante para o Clima, John Kerry, também estão listados.

Fonte da Matéria de pesquisa Estado de Minas 

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem